quinta-feira, 25 de abril de 2013
Destaque da sessão da Câmara de Vereadores de Tutóia nesta quarta: Manifesto do Sindicato e requerimento da Associação do Povoado Santa Clara lidos e apoiados pelos vereadores presentes
Veja;
A Associação de Santa Clara denuncia a falta de cuidados à escola da Comunidade que funciona num prédio antigo e segundo ela não tem recebido atenção do governo no que se refere a reforma e ampliação.
O vereador Paulinho salientou: essas escolas mais antigas "devem receber uma atenção dado o tempo do prédio"
Nós do Sindicato optamos por não paralisar apenas em respeito aos nossos alunos, que tiveram atrasos nas aulas no município de Tutóia, por culpa da demora no recadastramento e lotação na Secretaria Municipal de Educação. Entretanto, o Sindicato cientiza que há pensamentos de paralisação em breve se nossos direitos continuarem a serem desrespeitados.
A Associação de Santa Clara denuncia a falta de cuidados à escola da Comunidade que funciona num prédio antigo e segundo ela não tem recebido atenção do governo no que se refere a reforma e ampliação.
O vereador Paulinho salientou: essas escolas mais antigas "devem receber uma atenção dado o tempo do prédio"
Sobre o Manifesto que o Presidente do Sindicato protocolou junto a Presidência da Câmara e distribuiu cópias a todos os vereadores presentes, ouviu-se o seguinte em plenária:
Teve apoio de todos os vereadores que fizeram uso da fala: Paulinho, Binha, Nilson, Cristian e Zé Orlando.
E, além dos vereadores Cristian que sugeriu discutiu que "a Comissão de Educação analisasse o Projeto de Lei do Plano de Cargos e Salários" e do vereador Zé Orlando que classificou como “prudente e sensata a posição que o Sindicato adotou em Tutóia de não partir pra greve e apelar para o diálogo”.
O presidente do Sindicato adianta que vai fazer o mesmo procedimento em Paulino Neves e vai encaminhar uma solicitação com mais reivindicações às Comissões de Educação das Câmaras Municipais.
Sindicato faz Manifesto e protocola junto a SEMED e Câmara de Vereadores de Tutóia. Luta por uma educação de qualidade e respeito de direitos. É o Sindicato forte na luta do direito dos seus sócios.
MANIFESTO
O SINDICATO INTERMUNICIPAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS DE TUTÓIA, SANTANA DO MARANHÃO E PAULINO NEVES-ESTADO DO MARANHÃO, entidade sindical representativa dos servidores públicos de Tutóia-MA, entidade regularmente constituída, com endereço na Rua Celso Fonseca, s/n, Centro, Tutóia-Ma, representado por seu Presidente Elivaldo Ramos Lima, professor da rede pública, CPF 854690923-72, RG 000095625298-2, Portaria nº 315/2006, residente a Rua Santo Antonio, Bairro Comum, Tutóia-Ma, após considerações, vem à presença de Vossas Excelências, os Srs. Vereadores, manifestar anseios da categoria no que diz respeito ao que se segue:
O QUE REIVINDICAMOS:
· Estatuto do Educador Negociado e Consensuado, incluindo professores, especialistas e funcionários de escola (o projeto de lei está sob análise da Secretaria de Educação de Tutóia);
· Eleição direta para diretor de escola (já há uma Lei Municipal que regulamenta);
· Correção do Piso Salarial aplicado linearmente na Nova Tabela Salarial;
· Cumprimento integral da jornada extraclasse de 1/3;
· Realização de concurso público amplo com vagas suficientes para contemplar a necessidade de professores, especialistas e funcionários de escola;
· Equiparação salarial entre efetivos e contratados;
· Melhores condições de trabalho.
Justificativa
Seguindo a agenda mundial, a CNTE - Confederação dos Trabalhadores em Educação - e seus sindicatos filiados debaterão com a categoria e a sociedade brasileira, entre os dias 22 e 26 de abril, a importância da valorização dos/as trabalhadores/as em educação para a realização do direito à educação com qualidade e equidade.
Nós do Sindicato optamos por não paralisar apenas em respeito aos nossos alunos, que tiveram atrasos nas aulas no município de Tutóia, por culpa da demora no recadastramento e lotação na Secretaria Municipal de Educação. Entretanto, o Sindicato cientiza que há pensamentos de paralisação em breve se nossos direitos continuarem a serem desrespeitados.
Em conformidade e até transcrevendo o requerido pela CNTE queremos chamar a atenção dos senhores: vereadores, prefeito, secretária para a importância de se cumprir integralmente a Lei do Piso do Magistério e de se valorizar todos/as os/as trabalhadores/as em educação com salário digno, carreira atraente, jornada compatível com as demandas profissionais e condições adequadas de trabalho. Pois, muito se fala sobre os problemas na aprendizagem dos estudantes, mas pouco se tem feito para garantir a formação inicial e continuada de qualidade dos profissionais da educação (professores, especialistas e funcionários) e, sobretudo, para assegurar plenas condições de trabalho e qualidade de vida aos/às educadores/as.
Segundo dados da CNTE, no Brasil, estima-se a falta de mais de 300 mil professores nas redes públicas estaduais e municipais, sem contar os milhares de profissionais que lecionam, sem habilitação, em áreas de conhecimento distintas de sua formação. Entre os funcionários da educação, menos de 10% possuem diploma profissional. Tutóia, não foge a essa regra, temos os mesmos problemas e em escalas elevadas.
Por outro lado, a juventude não se sente atraída pela profissão, que perdeu status social e foi duramente desvalorizada ao longo de décadas. Os profissionais que se mantêm nas escolas sofrem com doenças do trabalho – como burnout (um distúrbio psíquico e de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso), alergias, varizes e calos vocais – e estão cada vez mais expostos à violência e às inúmeras e injustas cobranças, que desprezam suas condições de trabalho.
Hoje, 86% das matrículas escolares no Brasil concentram-se na escola pública, e sem que esta instituição seja devidamente valorizada, dificilmente atingiremos melhores índices de distribuição de renda, de emprego de qualidade e justiça social. Reiteramos, Tutóia carece repensar a maneira como tem tratado seus professores/as.
Neste sentido, dirigimo-nos aos nobres parlamentares, prefeito e secretária informando da necessidade de garantirmos, com urgência, o que reivindicamos. E reconhecemos essa luta como sendo de toda sociedade, e não apenas dos/as trabalhadores/as em educação.
É importante realçar que o piso do magistério não trata só de salário. Apesar de esse ser um elemento fundamental, é preciso também levar em conta a jornada e as condições de trabalho dos/as professores/as e demais trabalhadores/as da educação. Nesse sentido, a Lei 11.738 determina que pelo menos um terço da jornada de trabalho do/a professor/a seja destinada a atividades extraclasses, tais como preparação de aulas, correção de trabalhos e provas, reuniões pedagógicas e com familiares, formação continuada e outras.
Queremos ainda acrescer e destacar que Estados mais pobres que o Maranhão chegam a pagar mais, como exemplo, Alagoas (o estado menos desenvolvido do Brasil) paga R$ 2. 172,10 para professor com Licenciatura. Em Tutóia, paga-se R$ 1.596,10, há uma disparidade muito grande. E é bom que se esclareça, o Estado do Alagoas nem cumpre a Lei do Piso.
O Estado de Roraima é outro exemplo paga R$ 2.762,46 por 25H semanais cumprindo a jornada extraclasse e aplicando a proporcionalidade ao valor (ver tabela em anexo). Por que Tutóia não pode pagar se o governo Federal envia religiosamente os recursos todos os meses?
Para ilustrar ainda mais a situação, leia-se o abaixo:
Em São Paulo, um professor das séries iniciais do ensino fundamental ganha R$ 1.803,92 como vencimento básico, valor acima do piso, mas que segundo os professores ainda é muito baixo.
No Recife, os professores com licenciatura passam a receber R$ 1.742,64 por mês, com 29 horas/aulas semanais. Mais da metade dos 4.774 professores do ensino fundamental I (do 1º ao 5º ano) tem especialização, com salário de R$ 1.920,83.
E a estes salários ainda são acrescidos regência e ajuda de custo para deslocamentos a zonas rurais.
Muitos munícipios já pagaram o reajuste de 7,97% ainda no mês de Fevereiro. Tutóia, anunciou pra Maio.
O Parecer CNE/CEB nº 8/10, que trata do Custo Aluno Qualidade, indica que a remuneração dos/as trabalhadores/ as em educação (professores, especialistas e funcionários) deve ser equivalente a cerca de 80% dos recursos vinculados à educação. Ou seja: não há escola pública de qualidade sem a priorização de seus profissionais. E a melhor forma de se valorizar os/as educadores/as é por meio de Planos de Carreira que incentivem a qualificação do trabalho, a dedicação exclusiva em uma só escola ou rede de ensino e que assegure aposentadoria digna.
No município de Tutóia se tem feito o contrário, professores com duas nomeações são lotados em escolas distantes uma da outra não garantido a condição mínima do profissional realizar seu trabalho e garantir a qualidade do ensino. Por isso, reivindicamos que professores com duas nomeações sejam lotados em uma mesma escola.
Tutóia,Ma,24 de Abril de 2013
Elivaldo Ramos Lima
Presidente
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